Exposição mostra o luxo e a riqueza das negras baianas na época da escravidão
A Caixa Cultural São Paulo apresentou a exposição "Joias Crioulas", uma mostra das joias e ornamentos usados pelas negras baianas durante o período da escravidão no Brasil. A exposição é promovida pelo Instituto Victor Brecheret (IVB), com o patrocínio da Caixa Econômica Federal.
Os objetos da mostra fazem parte da coleção do Museu Carlos Costa Pinto, localizado em Salvador (BA), e revelam uma raridade histórica: pertenceram a mulheres negras da Bahia, dos séculos XVIII e XIX. Alforriadas ou não, essas mulheres traduziam nos adornos utilizados toda a manifestação artística do Brasil colonial e imperial, além de representar a classe socioeconômica de seus senhores.
Embora utilizadas pelas negras de origem africana, as joias de crioulas não apresentavam elementos típicos de sua etnia. Assemelhavam-se às joias portuguesas. Eram confeccionadas em ouro, prata e decoradas com pequenas pedras, diferenciando-se das joias eruditas pela dimensão, formato, peso e qualidade do material. São peças exuberantes e de tipologia específica, que representam a afirmação da identidade e o prestígio de algumas mulheres negras daquela sociedade.
Segundo Bárbara Carvalho dos Santos, superintendente do museu baiano, essa coleção é um testemunho das relações sociais e econômicas da época, que tornou possível essa expressão artística. “Cada exemplar conta uma história de vida, composta por trabalho, sacrifício, alegrias e tristezas, sonho e esperança”.
As “Joias Crioulas” são um convite à reflexão sobre quem eram essas mulheres, de que maneira adquiriram essas joias e como conseguiram ostentar tamanho luxo em meio à sociedade escravocrata da época.
Confira algumas fotos da exposição:
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